segunda-feira, novembro 16, 2009

Instabilidade e falta de infra-estruturas impedem desenvolvimento

Origem do documento: www.noticiaslusofonas.com, 14 Nov 2009


A instabilidade, a falta de infra-estruturas e de transportes são os principais factores para a falta de investimento na área do turismo na Guiné-Bissau, defendeu Conduto de Pina, antigo ministro do Turismo do país e empresário do sector.

"Instabilidade era o quotidiano, trago as pessoas e há falta de meios de transporte e de hospitais", lamentou à agência Lusa o também deputado do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) pelo círculo dos Bijagós.

"Infelizmente as autoridades ainda não definiram o que querem do turismo na Guiné-Bissau (...) e ainda não encaram o papel do turismo no país como preponderante para o desenvolvimento", afirmou Conduto de Pina, sublinhando que há várias leis para apresentar no parlamento para definir as regras.

"Tudo o que o turismo pode trazer vai beneficiar a população", insistiu o deputado.

"O país tem sofrido de instabilidade, mas acredito que muito brevemente a palavra instabilidade possa passar para estabilidade turística", disse.

Natural dos Bijagós, o deputado do PAIGC defende que é naquele arquipélago que está o grande potencial turístico do país.

Parado no tempo, mas já com condições para oferecer aos turistas, as cerca de 90 ilhas do arquipélago caracterizam-se por serem sociedades matriarcas com uma forte componente mística e ricas em flora e fauna.

"É um paraíso perdido no tempo e ainda bem. É uma zona considerada património mundial pela UNESCO", afirmou.

"Num futuro bem próximo o arquipélago pode ajudar na balança de pagamentos do país", disse o deputado.

Conduto de Pina não defende, contudo, um turismo de massas para aquele arquipélago.

"Sou a favor de pequenos projectos nas ilhas", defendeu o deputado.

"Projectos megalómanos para quê?", questionou, sublinhando que é preferível poucos turistas a deixarem muito dinheiro, do que muitas pessoas sem dinheiro.

Para isso defende para o país, um turismo direccionado para a classe média alta, com responsabilidade ecológica e que se queiram isolar.

Sobre a Guiné-Bissau, o deputado lembrou que é um "país verdadeiramente africano e com um verde que nos faz sentir frescos, apesar do calor".

O Governo guineense pediu recentemente a Portugal, no âmbito de uma audiência com o embaixador em Bissau, apoio para a formação académica de recursos em administração de turismo e formação profissional em gestão hoteleira.

Empresários espanhóis de Palma de Maiorca também já manifestaram interesse em investir no país, nomeadamente nos Bijagós e no norte do país.



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