terça-feira, março 22, 2005

Guinéus (16/16)

EXCERTOS DA CRÍTICA

(feita antes do livro ser distinguido com o Prémio Literário FERNÃO MENDES PINTO-Novelística - de 1%3)

SÉCULO ILUSTRADO, de 10/3/62:

«Desentranha-se a terra guineense em surpreendentes paisagens, originais costumes, epis6ódios e testemunhos de humanidade que merecem ser conhecidos. Nas páginas deste volume, a arte é verdade recriada, empolgante, interessando como beleza e como lição. Alexandre Barbosa começa bem. Tem o seu estilo, a sua posição diante da vida, a marca duma personalidade criadora».

REPÚBLICA, de 30/3/62:

«Alexandre Barbosa descreve casos sucedidos; desenha a luta que se trava em plena selva entre os animais que a habitam e onde a vitória cabe sempre ao mais forte; recorta personagens e coloca-os em plena maneira de ser ; pinta com cores certas os cenários em que se passa tudo o que nos descreve ; e entrega aos cuidados e à simplicidade da sua pena um ou outro momento mais emocionante que pretende recordar».

DIÁRIO DO ALENTEJO, de 28/3/62:

"... um livro que tem interesse e oferece leitura agradável. Há nestas páginas sentido humano, social e pitoresco, que o autor explorou objectivamente, com sobriedade literária... Em «Corrida Patética» o autor tem excelentes páginas de espírito dramático, trabalhadas com emoção. A narrativa do «Rio Corubal» é rica de movimento paisagístico e histórico".

NOTíCIAS, de Lourenço Marques, de 23/3/62:

«O autor não quis, ao menos, fazer reportagem de assuntos essencialmente literários, como são a caça e a pesca nos países tropicais. Na caçada ao hipopótamo, que descreve serenamente, bem poderia dar a nota de emoção natural na luta que o homem trava, mesmo desigualmente, com o bicho, o qual nem sempre faz papel de vítima. O mesmo acontece com a caça ao leopardo, que tem manhas de se escapar e volta ao combate quando menos se espera, principalmente se o caçador o perde de vista. Não queremos dizer que Alexandre Barbosa, descrevendo as cenas como o fez, tenha atraiçoado a verdade dos acontecimentos. Talvez atraiçoasse se as relatasse com o sentido de "suspense" que o leitor reclama em tal género de literatura».

O DEBATE, de 3/7/62:

«A ficção e o real, a invenção e a reportagem, a exposição e o comentário, o etnográfico aplicado ao romanesco seriam, por isso, os tópicos primeiros da obra primeira de Alexandre Barbosa... Contos gentílicos constituem a primeira
parte. Linguagem exótica, introduzindo neologismos guinéus, linguagem de carácter descritivo sujeita a breves contos... De onde as narrativas e crónicas (...) são do melhor quilate porque auferem a própria denominação e se integram no clima que lhes é próprio... Obra que tem um valor restrito, evidencia, contudo, duas qualidades que não devemos esconder: a naturalidade da linguagem aliada ao poder evocador do autor...».

DIARIO DE LISBOA, de l5/3/62:

«Chama-lhes o autor «meninices literárias em fase de amadorismo». Mas essa convicta modéstia não desvaloriza, antes enobrece, as apreciáveis qualidades do escritor que se revelam neste livro, em observação directa de pitorescos locais, de figuras, de breves dramas ou quadros de humor que perpassam nas suas páginas».

SEARA NOVA, de Abril de 62:

«Este pequeno volume (...) revela um homem sensível ao significado das paisagens belas, da humanidade das gentes, do encanto da terra bárbara mal violada ou traída pelo egoísmo torpe dos homens... A sua leitura descobrirá, para a maioria,
coisas novas e em muito lhe pode ser lição de humanidade e pura sugestão moral».

JORNAL DE LETRAS E ARTES, de 30/3/62

«Alcança o autor de «Guinéus» dar-nos uma imagem do panorama humano e paisagístico da província da Guiné. Há uma fraternidade cálida nas suas recordações da vida dos guinéus, cujos costumes e estilo de vida conhece por quase vinte anos de aturado convívio».

JORNAL DE CAÇA E PESCA, de 3/4/62:

«Antes de mais nada, impressionou-nos, neste livro, a profunda honestidade do testemunho do autor ante a vida, as gentes e as terras da Guiné. Através de uma linguagem viva, cheia de sugestões, de sensibilidade e de ternura, Alexandre Barbosa dá-nos um quadro sugestivo do meio em que viveu parte da sua existência... Através das página da obra, ressalta uma profunda humanidade, um grande amor e compreensão pelas pessoas e seus problemas e um enorme entusiasmo pela caça e pela pesca».

O SÉCULO, 5/7/62:

«... este livro de contos, narrativas e crónicas de Alexandre Barbosa, «Guinéus», que o próprio autor classifica de auto-estímulo, de «autêntico compromisso de voltar a trabalhar o razoável braçado de apontamentos» que acumulou durante quase vinte anos. "É ele como que o prólogo de um romance que nos promete para breve e por cujo aparecimento ficamos ansiosamente esperando, pois não podemos negar o fascínio que exerce a terra e as figuras guineenses, tal como não podemos deixar de registar os notáveis dotes literários de Alexandre Barbosa».

COLÓQUIO (Revista), de Julho de 1962:

«Guinéus, cerca de cem páginas de frescura, sem artifícios, entre a evocação efabulada e o depoimento. Participando da etnografia, revelando uma espontânea capacidade de narrar, o livro põe-nos em contacto com costumes estranhos, mas dá-nos também, com raro poder de sugestão, os ambientes que os cercam e algumas curiosas figuras e situações».

A COOPERAÇÃO (Revista), de Março de 1962:

«Representa tributo de saudade e homenagem, neste caso, a um povo com o qual Alexandre Barbosa tratou, usando daquele espírito que enformou sempre as nossas relações com os povos de cor e nos facultou a criação desse Brasil que é uma afirmação poderosa do nosso modo de estar no mundo».

JORNAL DE NOTíCIAS, Porto, 9/5/62:

«Ele viveu 18 anos na Guiné, em contacto com os indígenas entre os quais diz contar amigos e com a natureza rica e dura que lá existe. Caçou aí abundantemente e isso proporciona experiências inesquecíveis que demandam, muitas vezes, expressão literária».

PORTUGAL D'AQUÉM E D'ALÉM MAR (Revista), de ?/?/62:

«... O livro «Guinéus», em auspiciosa estreia de Alexandre Barbosa, veio preencher uma lacuna, pois não nos consta haver nada de substancial no género de contos, crónicas e narrativas da Guiné».

DIÁRIO DE NOTICIAS, de ?/?/62:

«Estas páginas que mergulham suas raízes numa experiência e no contacto permanente com a terra e a sua gente, ao longo de mais de vinte anos - descrevem-nos em viagens ardentes, paisagens e costumes ignorados, onde palpita todo o sortilégio da África Negra... O livro lê-se com muito interesse. Vale pelo seu brilho literário e pelo poder evocativo».

DIÁRIO ILUSTRADO, de 3/7/62:

«É o calor humano que crepita nestas páginas vigorosas, onde se sente a solidária pulsação de um homem batendo ao ritmo de homens uma obra em que há de tudo: reportagem, «récit», libelo e sobretudo humanidade. Um livro em que se afirma um prosador de garra enclavinhada».

DIÁRIO DO NORTE, de 2/8/62:

«... Quando se lê, portanto, um livro de conteúdo diverso como é «Guinéus» de Alexandre Barbosa fica-se na memória com a imagem de um novo mundo das raças diversas que o povoam, dos costumes, das tradições, dos dramas, da luta perante a fauna e a flora de um novo tipo humano, dentro do quadro da portugalidade. Esta primeira tentativa de Alexandre Barbosa poderá não ser ficção pura: mas é, com certeza, um belo livro de apontamentos sobre o que viu a sua experiência de alguns anos na Guiné Portuguesa...».



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